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Reprodução assistida em pessoas com HIV ganha destaque em reunião de ONGs/aids em São Paulo

Reprodução assistida em pessoas com HIV ganha destaque em reunião de ONGs/aids em São Paulo

A notícia de que o Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids (CRT) vai abrir um laboratório de lavagem de espermas, método que elimina o HIV dos espermatozoides, foi uma das novidades festejadas em reunião mensal do Fórum de ONGs/Aids do Estado de São Paulo (Foaesp), na manhã dessa quinta-feira (11). Encarregada de falar sobre reprodução assistida, a infectologista Mariliza Henrique da Silva insistiu que pacientes vivendo com HIV não conhecem seus direitos quanto às possibilidades de ter filhos.

“Faltam informações tanto para os usuários dos serviços quanto para os profissionais de saúde”, disse Mariliza . “Há várias tecnologias disponíveis para os casais que queiram engravidar, sejam eles sorodiscordantes ou ambos HIV positivos. A lavagem de espermas é apenas uma delas.”

Embora ainda não adotada no Brasil, a profilaxia pré-exposição (PrEP) foi citada com um dos métodos eficientes no caso de casal sorodiscordante. Ou seja, quem é soronegativo toma os antirretrovirais para se prevenir da infecção durante a relação sexual. Há até a possibilidade de gravidez pelos métodos naturais, desde que com acompanhamento médico, segundo a infectologista. “Porque é preciso observar dados de saúde, como carga viral indetectável por seis meses, imunidade boa, entre outros.”

A questão da gravidez entre adolescentes, algo mais possível de escapar da prevenção, foi lembrada. O médico Artur Kalichman, coordenador adjunto do Programa Estadual de DST/Aids de São Paulo, ao qual é ligado o CRT, lembrou que mesmo nesses casos é possível diminuir os riscos de o bebê nascer positivo. “A taxa de transmissão vertical (TV) vem caindo no estado”, disse Artur.

O CRT já contou com o serviço de lavagem de espermas em seu Ambulatório de Reprodução Assistida, que funcionava em parceria com a Faculdade de Medicina do ABC (leia aqui).

Prevenção nas escolas

A reunião também avaliou que há muito tempo não se fala e muito menos se faz trabalhos de prevenção das DST/aids nas escolas. “Vamos ver uma forma de retomar essa discussão e colaborar para que a prevenção volte à pauta”, disse Rodrigo Pinheiro, presidente do Foaesp.

Outra discussão girou em torno dos estoques de antirretrovirais no estado de São Paulo. Segundo Rodrigo, a quantidade estocada garante um mês de distribuição e, para que não haja risco de faltar remédios, o ideal seria ter estoque para três meses.

A freira Benedita de Fátima falou sobre a celebração pelos 20 anos do Centro Franciscano de Luta Contra Aids (Cefran). E convidou para a cerimônia  eucarística que acontecerá no próximo dia 19, às 15h, na Igreja São Francisco de Assis, no Largo São Francisco, centro de São Paulo.

 

Fonte: Agencia Aids