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Campanha de multivacinação para crianças e adolescentes começa em todo o país. Veja as orientações para as pessoas que vivem com HIV

Campanha de multivacinação para crianças e adolescentes começa em todo o país. Veja as orientações para as pessoas que vivem com HIV

20/09/2016 – 18h

 

 

 

 

 

 

 

 

A Campanha Nacional de Multivacinação começou nesta segunda-feira (19) e vai até o dia 30 de setembro, em todo o país. A novidade é que neste ano, as ações também focam

nos adolescentes de 9 a 15 anos.

“Estamos incluindo os adolescentes porque esse grupo prioritário é um dos apresenta uma maior resistência a se vacinar. Além disso, muitos pais acreditam que não há necessidade de imunizar os filhos nesta faixa etária” explicou o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, durante o lançamento da campanha, na última semana.

Segundo o ministro, com a campanha serão atualizadas 14 vacinas nesses públicos, o objetivo é mobilizar os pais ou responsáveis a levarem seus filhos para atualizar o cartão de vacinação. O público-alvo da mobilização são crianças menores de 5 anos e crianças e adolescentes de 9 a 15 anos. Para isso, o ministério enviou 19,2 milhões de doses extras de 14 vacinas para os postos de saúde de todo o Brasil.

Com a campanha de vacinação, o ministério espera a redução das doenças imunopreveníveis no país e diminuir o abandono à vacinação. Como a imunização será de forma seletiva para a população alvo, não há meta a ser alcançada. “Isso servirá para reduzir o número de não vacinados e aumentar a cobertura vacinal nas crianças e adolescentes”, completou o ministro. Ricardo Barros reforçou que é fundamental que toda a população alvo compareça aos serviços de saúde levando a caderneta de vacinação, para que os profissionais de saúde possam avaliar se há doses que necessitam ser aplicadas.

De acordo com a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Isabella Ballalai, nesta campanha, as crianças que vivem com HIV seguem o mesmo calendário de vacinação das crianças que não vivem com o vírus.

“Têm as vacinas que são contraindicadas para pessoas imunossuprimidas, como a tríplice viral, febre amarela, pólio oral e rotavírus, essas são chamadas de atenuadas, mas, nesse caso, o médico que acompanha o soropositivo, por exemplo, vai indicar o procedimento mais adequado”, explicou a dra. Isabella.

O Dia D

O Dia D de mobilização nacional está marcado para o próximo sábado (24), quando os postos estarão abertos para atender aos que tiverem dificuldades de comparecer em horário comercial. Ao todo, 350 mil profissionais participam da ação em cerca de 36 mil postos fixos em todo o Brasil.

Mudanças nas vacinas

Em janeiro, o Ministério da Saúde alterou o esquema de dosagem de quatro vacinas: poliomielite, HPV, meningocócica C (conjugada) e pneumocócica 10 valente. As mudanças atendem a recomendações de especialistas e da OMS (Organização Mundial de Saúde).

No caso da pólio, por exemplo, a proteção passou a ser feita com três doses injetáveis, no 2º, 4º e 6º mês de vida e dois reforços orais, conhecidos como gotinha, no 15º mês e aos quatro anos. Antes, ela era feita com duas doses injetáveis e três orais. “Já nas crianças que vivem e convivem com o HIV, tanto a proteção quanto os reforços desta vacina [a pólio] são feitos com doses injetáveis, do vírus inativado, disponível em centros de referência com indicação médica”, disse a dra Isabella.

Já a meningocócica agora é dada um pouco mais cedo, a partir do 12º mês aos quatro anos. A pneumocócica, é em duas doses, no 2º e 4º mês, com reforço a partir de 12º mês.

A vacina contra o HPV, indicada para meninas de 9 a 13 anos, era aplicada em 3 doses. Agora são duas doses, pois estudos mostraram que a eficácia da vacina permanece igual com a redução de uma dose.

Em nota, o Ministério da Saúde também esclareceu que, em relação às pessoas as pessoas soropositivas, “a principal orientação na Campanha de Multivacinação 2016 é para as meninas de 9 a 15 anos. Nesse público, os serviços de saúde devem administrar a vacina de HPV em três doses, com intervalo de dois meses entre a primeira e a segunda dose e seis meses entre a primeira e a terceira dose (esquema 0, 2 e 6 meses). Neste caso, [também] mantém-se a necessidade de prescrição médica”.

No entanto, fora do período da campanha, a vacina de HPV está disponível durante todo ano, para todas as mulheres soropositivas com idade entre 9 e 26 anos.

 

Daiane Bomfim (daiane@agenciaaids.com.br), da Agência de Notícias da Aids com informações da Ascom/MS